Não, não!

“Não suba aí”; “Não corra que você cai”; “Não pegue o brinquedo do seu irmão”; “Não me bata”, “Não se bata”, “Não mexa nisso” e a lista de nãos que uma criança de 2 anos ouve, é bem extensa.

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Depois eles dizem não para tudo e brota na gente aquela indignação de ter um filho tão “do contra.”

Pois é, as crianças nos refletem mais que espelho novo, nos absorvem mais que fralda noturna, nos analisam mais que calouro de psicanálise. E que responsa hem?

Eu bem que tentei a técnica de “Não dizer não”. Assim, ao invés de “não suba aí” dizia “venha para cá”; mas convenhamos, mudar a força do hábito é bem trabalhoso, ainda mais numa rotina corrida como de uma mãe.

Foi aí que resolvi brincar com a situação, toda vez que o Rafa dizia “Não” eu retrucava “SIM”, quando ele dizia “Não qué” eu respondia “QUER SIM”. E ele começou a achar graça na brincadeira e a dizer mais “Sim, sim” balançando a cabeça afirmativamente e se divertindo com o movimento.

Tudo ia muito bem, até que ele entendeu o poder do argumento…

Depois de um final de semana chuvoso regado a TV e à pipoca o Rafa viciou no petisco. Eis que Imagemem plena segunda-feira a noite veio pedir “Mamãe, pipoca estoia” (pipoca estourar). E eu disse “Hoje não filho, hoje não é dia de pipoca, não vou fazer”.

Então ele não fez birra, não gritou, não se jogou no chão, não bateu a cabeça. Ele fez pior: repetiu o que eu faço quando quero que ele realize algo que eu desejo e ele não. Me olhou bem sério nos olhos e disse categoricamente “VAI SIM”.

Fazer o quê? Eu me rendi, “estoiei a pipoca”.